Mealhada foi o centro da discussão de cidades e destinos inteligentes com o Smart Travel 2024

O evento, que já vai na sua décima edição, foi uma vez mais disruptivo na forma e no conteúdo com painéis temáticos e oradores nacionais e internacionais que abordaram temáticas tão diversas como o turismo de massas, a estratégia política, o urbanismo, a dicotomia humano/tecnológico, a sustentabilidade, o planeamento e a mobilidade, marketing e comunicação, criatividade e economia, entre outros.

“Há sempre a preocupação de trazer pessoas de fora, pessoas que acrescentem alguma coisa sobre estes assuntos. Os próprios autarcas, técnicos e pessoas que vêm aqui aproveitam a experiência”, explica Vítor Pereira, coordenador do evento, que decorreu a 17 e 18 de Abril.

O primeiro dia serviu para visitar alguns locais do concelho de Mealhada, nomeadamente o Luso, e verificar in loco o seu potencial turístico, em áreas como a gastronomia, a saúde e o bem-estar, natureza e espiritual, por exemplo.

No final do dia, as honras de abertura couberam ao Presidente do Município da Mealhada, que destacou “a oportunidade que a região tem para aprender e também partilhar”. Jorge Sampaio, na qualidade de Vice-Presidente da Turismo Centro de Portugal, enfatizou todas as oportunidades que existem neste momento para “ajudar os atores regionais, públicos e privados, a lançarem os seus projetos de forma sustentada e qualificada”.

Depois, foi o momento para semear ideias e promover o “regresso à Polis” com um “desassossego” do Professor de Filosofia, José Alves Jana que inspirou os presentes a refletir mais sobre “o papel de cada um na sociedade e, especialmente, nas cidades que são de todos!” afirmou.

“O Smart Travel 2024 é uma iniciativa imperdível para todos aqueles que estão comprometidos com a criação de territórios sustentáveis e prósperos e, portanto, estamos perante uma jornada que inspirou na forma como pensamos estes territórios e o seu potencial”, referiu Filomena Pinheiro, Vice-Presidente do Município da Mealhada, na sessão de abertura dos trabalhos do segundo dia, indo ao encontro da intervenção de Vítor Pereira, coordenador da Smart Travel, que destacou o propósito de “acolher quem tem vontade de melhorar as comunidades”.

Paineis repletos de conteúdo

O resto do dia foi ocupado por três painéis, o primeiro, dedicados às cidades e territórios com eleitos e também técnicos dos municípios de Funchal, Peniche, Lourinhã, Braga e Mealhada.

O segundo painel, tratou de fazer a ligação entre as soluções tecnológicas e também a necessidade de explorar novas abordagens não obrigatoriamente comerciais. Destaque para a presença de um orador surdo, João Gomes, coordenador internacional de socorro e proteção civil, que explicou os desafios e soluções para turismo acessível e cidades inteligentes em catástrofes naturais.

No terceiro e último painel, dominou a criatividade e a vontade de mudar o mundo quer seja pela música, quer seja pela dedicação profissional a setores tão diversos como a hotelaria, a mobilidade e assessibilidade ou o empreendedorismo.

Entre painéis, destacaram-se as presenças internacionais de Olga Dzieciątkowska, diretora do Laboratório de Cidades Inteligentes da cidade polaca de Poznan, discutiu os projetos em curso nessa área urbana, localizada a três horas de distância da capital, Varsóvia.

Jae Yeon Choe, professora e investigadora na Glasgow Caledonian University, refletiu, depois, sobre a importância do turismo de bem-estar, espiritual e religioso no contexto dos destinos e cidades inteligentes.

Outro dos oradores internacionais convidados para edição deste ano foi Joe Appleton, jornalista e comunicador que, numa conversa descontraída, acabou por afirmar que as mensagens honestas e transparentes são mais apropriadas para as cidades inteligentes em vez de puro marketing que pode induzir cidadãos e visitantes em enganos que podem comprometer a reputação de um destino.

Outros pontos altos do evento incluíram a apresentação de Cristóvão Monteiro, do Centro Estratégico de Inovação Territorial, sobre o branding territorial e necessidades de planos de ação concretos nas cidades; Domingos Pires, da Portugal NTN, falou sobre um sector em ascensão que se interliga com os territórios, como é o caso do Turismo de Aventura e Natureza, e, a fechar com humor e muita boa disposição, Jorge Saraiva, regressa a um palco que conhece bem para falar de “padrões” e como as pequenas cidades e territórios menos óbvios “podem aproveitar as dinâmicas de inteligência para iniciarem um processo de desenvolvimento sólido”.

A nota final que encerrou o evento coube ao Vereador do Município da Mealhada, Hugo Silva que enfatizou a necessidade de ter gente local envolvida em todos os processos de inteligência e desenvolvimento, afirmando que a aposta de organizar o Smart Travel estava totalmente ganha pela “qualidade do conteúdo e da profundeza das discussões e temas trazidos a debate”.

O Smart Travel regressa no próximo ano, em data e local a anunciar.

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A Organização

 

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